Saturday, August 9, 2008

我回來了...

Voltei ao Brasil a três semanas e decidi continuar com o blog. Existe tanta coisa diferente, coisas pequenininhas que estou percebendo agora e que acho interessante... Talvez haja o probleminha de que agora que estou de volta vai ser difícil fazer alguém ler isso aqui, quando as pessoas já me vêem todo o dia. Mas sempre tem alguém que lê, mesmo gente desconhecida que cai aqui por acidente, então já vale a pena.

Primeiro vamos falar sobre as línguas, que já tem a ver com essa reflexão meio existencial do blog... Nunca levei muito a sério essas coisas, mas agora vejo muito claramente que meu grau de fluência em línguas é de fato dividido em várias skills, habilidades. Minha fluência em escrita é tão mil vezes melhor que as outras. Eu escrevo muito melhor que falo e ouço. Por isso esse blog. As pessoas lêem aqui coisas que elas talvez jamais tenham a chance de ouvir eu falar.

Uma coisa engraçada que aconteceu quando cheguei foi voltar a ouvir o português já no avião, como se a viagem fosse um preparatório para quando eu chegasse. Como usei muito pouco essa língua por 1 ano, foi uma sensação estranha. Me sentia totalmente chinês no meio de tanto brasileiro. E o que é mais estranho, entendendo tudo que eles falam perfeitamente. E falando com eles sem sotaque coisas "estranhas" como "e aí, beleza?" (怎麼會從我嘴裡說出?? como uma coisa dessas foi sair da minha boca??). Quando estávamos sobrevoando Mairiporã, pensei nesse nome, mas que língua estranha. Como é que eu conheço esses nomes tão complicados e não esqueci? E tem ainda tantos nomes indígenas de cidades que conheço, o que me deixou ainda mais surpreso. De repente estavam passando pela minha cabeça os nomes, Itapetininga, Itaquaquecetuba, Itapecerica, Guaratinguetá... e eu surpreso comigo mesmo. Os nomes de cidades chinesas me pareceram tão fáceis, já que a maioria é composto por apenas duas sílabas. E todos têm seus caracteres, então se as pronúncias são parecidas, a escrita com certeza não.

Aliás acho que esse é o meu grande segredo para estudar chinês. Como tudo que se fala é parecido, simplesmente esqueço as semelhanças e foco na escrita. Quando se sabe bem a escrita, mesmo palavras que têm pronúncia idêntica já chegam no seu cérebro como duas imagens completamente diferentes.

Bom, se tudo der certo, ainda vou escrever sobre comida e sobre cotidiano, antes que todas essas impressões murchem no meio da rotina...

Até a próxima!