Tuesday, September 20, 2011
Café
Gosto de café. Não sou maníaco, não conheço variedades, qualidades nem nada... na verdade, bebo café frio, bebo café aguado sem problemas. Não faço questão de nenhum tipo específico, café coado, expresso, italiano, todos me apetecem dos seus jeitos particulares...
alguns pensamentos aleatórios...
café frio pode ser ruim; leite de soja industrial brasileiro também... isso porque para um chinês é meio estranha a combinação de soja com aroma de baunilha, mas.... misturando os dois, fica ótimo! Algo como um Ice Soy Vanilla Coffee....... chique, não? Feito com café amanhecido e leite de soja fajuto!
a medicina chinesa tem visões meio diversas sobre café. As fontes são esparsas, mas uma coisa que li que foi convincente é que o café rouba energia de outros lugares, e por isso não pode ser visto como fortificante, pois não ajuda o usuário a captar mais ou fluir melhor a energia.
Com influência da medicina chinesa ou não, estou evitando café... constato que as épocas que eu mais tomo café coincidem com as épocas que eu durmo pior. Não tenho como ter certeza, mas parece que o café realmente me deixa mais alerta, mas o cansaço fundamental, o que me faz cair na cama e não querer levantar mais, persiste. Não há nada pior que cair na cama cansado e não conseguir dormir.
Como já deve ter ficado óbvio, estou com vontade de tomar o meu Ice Soy Vanilla Coffee... Mas, como também deve ter ficado óbvio, não o farei. Já passa do meio-dia e ultimamente estou voltando a dormir bem...
Wednesday, June 8, 2011
Em um mundo melhor
Tuesday, March 22, 2011
Fotografando a própria câmera
Alguns donos de uma Canon 400D (ou similares) costumam tirar fotos deles próprios segurando essa câmera.
O que vem a ser uma contradição: se tenho essa ótima câmera, quero tirar fotos legais de coisas legais, em lugares legais, capturar momentos, usar técnicas diferentes… se alguém tira uma foto de mim segurando minha câmera, nada disso é possível: a foto provavelmente foi tirada em uma câmera inferior, no modo automático, por um fotógrafo que não tem a menor idéia de como usar os recursos que você tem na sua câmera, os recursos pelos quais você pagou tão caro.
Então veja só: você paga $600 nessa câmera (ou mais, se você a comprou no Brasil), e a foto que você escolhe mostrar pra todo mundo é uma foto amadora!! Na qual não foi você quem tirou a foto e nem foi usada a tal da câmera!!
Friday, March 11, 2011
Jogar fora
Em janeiro de 2012 será inaugurada na USP a biblioteca Guita e José Mindlin, que receberá a coleção do falecido bibliófilo José Mindlin. A coleção inclui raridades como um exemplar autografado de Machado de Assis, uma primeira edição de Hans Staden, do século 16, um original de "Vidas Secas", com anotações de Graciliano Ramos. A biblioteca será num prédio novo de 14 mil m^2, deverá contar com equipamentos e time de profissionais para conservar todas as raridades e controlar o acesso de pesquisadores e visitantes às obras.
É ótimo que esforços como este existam, e que tais raridades sejam preservadas. Mas isso me leva a pensar. Em casa e na vida, sempre jogamos coisas fora. A recomendação do bom senso é sempre ficar com o essencial, e não entupir a casa de coisas que não se usa. Uma das coisas mais difíceis de aceitar na minha vida é justamente como nada dura para sempre, não apenas nos objetos que você usa no dia-a-dia, como também com as pessoas com quem você convive. Muitas das mudanças que se operaram em mim nos últimos tempos têm a ver justamente com aceitar que certas coisas acabaram, que certas idéias, objetos, pessoas têm que ser deixadas para trás. Por mais que eu acredite na validade da idéia, no valor da pessoa, na utilidade dos objetos... todas elas têm sua hora de partir.
Por outro lado, essa biblioteca provavelmente não paga seus custos. São necessários profissionais e equipamentos especializados apenas para preservar tantas obras raras. Obras cujo conteúdo pode ser facilmente digitalizado, dispensando a construção de um prédio, a compra de equipamentos e a contratação de profissionais. Não que eu não goste de saber que um manuscrito do Machado de Assis está preservado e seguro ao meu alcance.
Apenas penso: nós como indivíduos não podemos guardar todas as coisas que fizeram parte de nossa vida um dia. O motivo é que em geral numa certa fase da vida nos dedicamos a, digamos, 3 atividades (1 trabalho, 1 esporte, 1 arte); nos distraímos, em geral, com 5 objetos (TV, filmes, músicas, livros, brinquedos...), e nos relacionamos com digamos 10 pessoas. No nosso tempo e na nossa cabeça só cabe isso. Conforme vão surgindo novas atividades, pessoas e objetos, alguns têm que ser deixados para trás. Simplesmente não há tempo, não há espaço em nossas cabeças.
No entanto quando um somatório de indivíduos, que dedicam uma fração da sua atenção e tempo ao estudo da literatura e a preservação de obras, isso possibilita a construção da biblioteca. Acho que essa biblioteca reflete uma situação inédita na história do mundo: uma situação em que a sociedade produz excedente suficiente para que atividades de baixo retorno, como a pesquisa literária, sobrevivam e se desenvolvam a despeito do dinamismo e baixa durabilidade impostos ao nosso estilo de vida contemporâneo. Há cada vez menos pessoas dedicadas à satisfação das necessidade básicas do ser humano, e esse excedente de tempo, de braços, de inteligência é cada vez melhor direcionado a todos os outros ramos da vida.
Friday, February 18, 2011
南京
Tuesday, February 15, 2011
As fases do Chinês
Certa vez uma conhecida me perguntou se eu não tinha algum livro, algum material para ela aprender chinês. Ela me especificou que não queria nada muito sério, muito extenso, que não queria fazer curso, queria apenas algo leve e fácil para ir vendo aos poucos.
Imagino que ela seja dessas pessoas que aprenderam inglês vendo filme e seriados, que tenha uma boa noção de espanhol por ter lido alguns livros, e que tenha se aventurado por outros idiomas e aprendido coisas básicas sem se esforçar muito, daí pensar que é possível sentar uma horinha por semana lendo algum material bobinho e aprender uma língua.
Mas o chinês é diferente.
Primeiro, a não ser que você seja algum gênio, você precisa SIM de um professor, pelo menos no começo. O sistema fonético chinês é completamente diferente do de qualquer língua ocidental. Não tem como começar a distinguir os sons e reproduzí-los por conta própria sem auxílio de professor. O professor vai reproduzir os sons, e ouvir você tentar (segurando o riso). Depois, o aluno precisa treinar, e muito. Repetir todos os fonemas e todos os seus tons no início de cada aula. Essa vai parecer uma tarefa inútil, que nunca traz resultado. Mas é o único jeito. Depois de alguns meses fazendo isso todo começo de aula, você vai começar a distinguir os tons das palavras que o professor te fala. Mas isso é apenas o começo. Com isso você apenas começa a distinguir e falar os tons individualmente. Mas quando se tem que ouvir ou falar uma frase, tudo muda. Os tons se encadeiam, cada frase tem seu jeito específico de falar os tons, cada combinação de tons tem sua técnica específica de falar, alguns tons são suprimidos, outros são ressaltados…
Segundo, não tem como estudar chinês de vez em quando e evoluir. Mesmo nativos estão sempre esquecendo os ideogramas. Não tem jeito fácil de memorizar os ideogramas, as palavras e expressões. Não dá pra decorar por associação, não dá pra decorar com musiquinha, quase não dá pra deduzir nada a partir das palavras que você já conhece, não adianta. Tem que sentar e estudar.
Sunday, January 16, 2011
書法
Meu último trabalho em caligrafia foi o número "9". A princípio parece ser um ideograma fácil de escrever e sem significado interessante, pelo menos se comparado aos "ideogramas-amuleto" que o brasileiro adotou por influência dos japoneses. Entre estes estão 福 (sorte), 愛 (amor) e 幸 (felicidade). Quanto ao significado, o 9 é considerado um número da sorte entre os chineses por ter o mesmo som de 久 (jiu3), que significa longevidade, durabilidade. Então se você acha interessante que as coisas na vida sejam duráveis e ricas, em contraponto às efêmeras e supérfluas, pode adotar este ideograma como amuleto.
Quanto à forma, este não é um ideograma fácil de escrever. Ele é difícil justamente por ser simples. Isso significa que a proporção dos traços e a distribuição no espaço tem que ser minuciosa, perfeita. Qualquer traço maior do que devia, um pouco mais para a esquerda ou para a direita, um pouco mais fino ou mais grosso do que deveria já fica óbvio ao observador.